sexta-feira, 21 de maio de 2010

A seriedade e experiência de Boris Kossoy

“O mundo das imagens é um mundo em si mesmo, caminha paralelo ao mundo real”. Essa foi uma das várias frases de impacto que o fotógrafo Boris Kossoy disse ao longo de sua palestra, realizada nesta quinta-feira (20), às 19h, no auditório do Centro de Cultura e Eventos da UFSC, durante o Floripa na Foto 2010. Dividida em duas partes, a palestra de Kossoy foi praticamente uma aula de fotografia. Na primeira, o fotógrafo abordou de maneira enfática sua percepção da fotografia e do “fazer fotografia”. Sua abordagem foi séria, pesada e exigiu a atenção de todos que estavam no auditório para compreender e decifrar suas experiências adquiridas ao longo de aproximadamente 50 anos.

Kossoy iniciou falando da técnica, seguido da teoria e da prática. Durante todo o tempo o fotógrafo mostrou que acha imprescindível que as pessoas compreendam o papel cultural da fotografia e suas mensagens, e não apenas a admirem como uma bela imagem. Em aproximadamente uma hora dessa primeira parte chamou a atenção a concentração do público que assistia atento às opiniões e técnicas fotográficas de Kossoy. A estudante de teatro, Fernanda Ribeiro, disse admirar o trabalho do fotógrafo há algum tempo. “A seriedade com que ele trata o tema nos faz entender que realmente a fotografia vai muito além do papel e da imagem. Para quem gosta do assunto, vale a pena estudar o acervo de Boris e suas obras publicadas”, comenta. Para compreender o que Fernanda falava, a segunda parte da apresentação foi especial. Kossoy exibiu diversas imagens captadas ao longo de sua carreira. As mais presentes faziam parte de séries como “Cartões anti-postais”, “Viagem pelo fantástico” e “New York I, II e III”. No meio de tantas exibições eis que surgiram algumas imagens com a presença de um personagem criado pelo fotógrafo. Segundo Kossoy, Sr. Américo é uma espécie de alterego, que ele inseria em alguns de seus trabalhos por meio de montagens fotográficas.

Em poucos momentos da noite houve descontração da parte do ou do público e no final da palestra foi aberto espaço para perguntas. Algumas pessoas arriscaram indagar Boris, porém timidamente, não sei se pelo seu ar sério ou pela simples insegurança de estar diante de um grande profissional. Por fim, perto das 22h a noite de Boris chegou ao fim, mas antes, em algum momento de sua apresentação ele citou uma frase de Pierre Francastel “Existe um pensamento plástico, diferente do matemático, do físico, do biológico ou do pensamento político. Entre outras características específicas, o pensamento plástico possui a de utilizar um meio, um suporte não-verbal. Essa característica faz dele uma das três grandes faculdades do espírito humano; as outras duas, são o pensamento verbal e o pensamento matemático”.

Foto: Mariana Blessmann

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