quinta-feira, 13 de maio de 2010

André Teixeira, os desafios do fotógrafo de imprensa para o século XXI

Em sua participação no Floripa na Foto, André Teixeira (foto ao lado) vai falar sobre a ameaça que a profissão de fotojornalista está sofrendo, de desaparecer ou de ver o número de profissionais reduzido. Segundo ele, por causa da profusão de imagens que chegam de graça, todos os dias nos jornais, abrem-se cada vez menos espaço para a fotografia feita pelos profissionais.

André Teixeira utiliza a máquina digital por causa da rapidez e praticidade que o fotojornallismo diário exige. “Você fotografa e, com um laptop, minutos depois a foto está no sistema, pronta para ser publicada” explica o fotógrafo. Nas férias, usa uma FM2, com filme, e apenas uma objetiva 24 mm. E tem também uma digitalzinha pequena, que fica mais com os filhos do que com ele. Para André, a popularização da fotografia digital banalizou o mercado, pois muita gente passou a se apresentar como fotógrafo, cobrando muito pouco ou quase nada pelos trabalhos.

O fotógrafo conta que usa o photoshop somente para cortes, limpeza e pequenas correções. “Sou contra esses programas quando são usados para falsear a realidade”. Outro problema apontado pelo jornalista é que alguns fotógrafos não capricham como deveriam na hora do clique já pensando na correção que terão que fazer no Photoshop. Ele diz que alguns fotógrafos esquecem a criatividade em casa e depois tentam dar um jeitinho em frente ao computador. “Aí vira muleta, não vale pra mim” conta.

Para André Teixeira, na caracterização de uma boa foto, a qualidade técnica é desejável, mas nem sempre indispensável. No caso do fotojornalismo, ineditismo, surpresa, composição, e, claro, informação.

Falando em referências para seu trabalho, André conta que tem a sorte de trabalhar com feras como Custodio Coimbra, Gabriel de Paiva, Márcia Foletto, com quem aprende um pouco todo dia. Ele também gosta muito do Flávio Damm, Sebastião Salgado, Evandro Teixeira e outros.

André começou a trabalhar ainda na faculdade, fez Jornalismo na UFRJ, produzindo textos e fotos publicitárias para o jornal O Globo. Já formado, fez estágio de fotojornalismo no próprio Globo, onde depois trabalhou por um ano. Passou seis anos atuando como frila, trabalhando para empresas e revistas especializadas, e em 98 foi convidado a voltar para o Globo, onde continua até hoje. André trabalha também nas revistas Photo Magazine e Photos & Imagens, produzindo textos e fotos, desde 98.

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