sexta-feira, 21 de maio de 2010

Kazuo Okubo 2 horas não são suficientes

No post de ontem narrei um pouco a trajetória de Kazuo Okubo. Fotógrafo renomado de Brasília. Hoje foi a vez dele aqui no Floripa na Foto. Gostaria antes de tudo abrir um parêntesis (O Cara é Sensacional). Retornando, o fotógrafo com ascendência oriental começou a fotografar socialmente em Brasília aos 15 anos, seu primeiro trabalho foi fotografar um velório de alguém da alta sociedade. De lá para cá muita coisa mudou. Hoje a fotografia e a informação é muito mais disseminada. Kazuo avisa para aqueles que quiserem se arriscar na profissão: “ O fotógrafo hoje é um generalista” pois além de fotografar pessoas, ele deve fotografar moda, lugares, objetos, arquitetura. Para ele não é uma profissão fácil, “embora muitos vejam glamour em um clic, há muita produção e dor de cabeça por de trás de tudo” desabafou Okubo.

Kazuo tem atualmente 50 anos, 35 de carreira, casado pela segunda vez e pai de três filhos, considera-se um workaholic. Disse não recusar trabalho. Afirmou em sua palestra que tudo que ele comeu na vida até hoje, veio da fotografia, já que quando nasceu o pai era fotógrafo.

A maior parte de sua renda hoje se origina da fotografia publicitária. Kazuo conta que às vezes se sente fazendo pedaços, já que na publicidade o que ele fotografa é a idéia de um diretor de arte, que por sua vez ouviu o pedido de um cliente. Mas bem humorado disse não sofrer mais por isso. No entanto podem chamá-lo de conservador, pois segundo suas palavras, afirma não tratar nenhuma de suas fotos.” Nasci um fotógrafo, não um editor de imagens, para essa função conto com alguém muito bem pago”.

Com uma inquietação típica do empreendedor oriental, está envolvido em vários projetos mas nunca se deixa abater caso algo saía fora do previsto. Bem humorado afirmou que quando as nuvens negras se aproximam é hora de tomar um anti-depressivo, fazer uma terapia e seguir em frente. (Neste momento a platéia caiu na gargalhada)

Atualmente ele está envolvido no seu próximo projeto, supersticioso, talvez, não deu muitos detalhes. Considera-se um voyeur e adora fotografar o nu, uma da suas exposições mais comentadas é De Todas as formas. Cauteloso, segue algumas regras ao realizar trabalhos desta natureza: Regra número 1 segundo ele é não tocar nas pessoas, os modelos sem roupas já estão naturalmente desprotegidos, o toque neste momento pode causar um desconforto ainda maior e se for mal interpretado gerar muita confusão.

Na última vez que viajou a Paris o fotógrafo descobriu que na cidade havia mais de 25 galerias dedicadas a fotografia. Por esta razão resolveu criar em Brasília a primeira galeria de Fine Art do Centro-Oeste A Casa da Luz Vermelha. Muito sincero disse que desde a abertura (Novembro de 2009) até hoje não vendeu nada. No entanto Kazuo acredita que esse pode vir a ser um mercado promissor no Brasil, assim como na Europa. E acrescenta que um dia parte do seu trabalho autoral sairá de seu HD direto para a casa de alguém.”Me considero um otimista, vejo uma luz no fim do túnel, alguns dizem ser um trem (risos), mas eu insisto: é uma luz!.
Foto: Kazuo Okubo

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